O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o transtorno comportamental mais frequente na infância. É caracterizado pela presença de desatenção, associado a agitação psicomotora em excesso e impulsividade. É importante lembrar que esses sintomas podem provocar queda do rendimento escolar, dificuldade nas relações interpessoais, déficit afetivo e até baixa autoestima. A prevalência do TDAH é de 5 a 10% das crianças em idade escolar. Nos adolescentes a prevalência é de 2 a 6%, e nos adultos, de 2%.
POR QUE MEU FILHO TEM TDAH?
Não existe uma etiologia única para o TDAH. Diversos fatores podem contribuir para o seu aparecimento. Alguns fatores de risco já identificados são o uso de drogas, tabaco e álcool na gestação e complicações perinatais como sepse e trabalho de parto prolongado. Há também um forte componente genético, sendo comum e presença de TDAH em pelo menos um dos pais das crianças com o transtorno.
TIPOS:
– Tipo desatento: dificuldade de manter o foco/atenção por tempo prolongado e mudança frequente de foco.
– Tipo hiperativa/impulsiva: inquietude, movimentação permanente, dificuldade para permanecer sentada, fala excessiva, atos intempestivos e impensados e impaciência em situações em que precisa esperar. Pode mostrar-se desajeitada ou desastrada, com problemas na motricidade fina.
–Tipo combinado: sintomas de desatenção e hiperatividade / impulsividade
Cabe ressaltar que é clássico os pais relatarem que em situações prazerosas e estimulantes (ex: atividades de lazer, jogos de videogame, futebol, computadores), a tenacidade pode estar presente, o que pode ser um complicador para o diagnóstico.
TRATAMENTO
O tratamento do TDAH requer uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicoterápicas e farmacológicas com a participação de múltiplos agentes sociais como pais, familiares, professores, profissionais de saúde e, claro, da própria criança. Três tipos de tratamento do TDAH têm sido empregados: o farmacológico, a terapia comportamental e a combinação das terapias farmacológica e comportamental, sendo este último considerado como a forma mais eficaz. O Metilfenidato é o fármaco mais utilizado no tratamento do TDAH. Este medicamento é a base da teoria da hipofunção dopaminérgica, visto que ele promove aumento de dopamina na fenda sináptica em regiões como o striatum e, conseqüentemente, uma diminuição dos efeitos característicos do TDAH.
A medicação pode reduzir a desatenção e a hiperatividade, mas é preciso avaliar os efeitos colaterais e reavaliar periodicamente a necessidade de sua manutenção.